quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ESCRITORES DA LIBERDADE

Gênero: Drama
Duração: 123 min
Origem: Alemanha – EUA
Estréia - EUA: 05 de Janeiro de 2007
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Richard LaGravenese
Roteiro: Richard LaGravenese
Produção: Michael Shamberg, Stacey Sher, Danny DeVito

Fonte da imagem: http://www.capascustomizadas.com/filmes-originais/capa-do-filme-%E2%80%9Cescritores-da-liberdade%E2%80%9D/
O filme relata a história de uma professora, Erin Gruwell, que pela primeira vez lecionaria em sala de aula. Ao chegar à escola, encontra uma turma que não valoriza o ensino-aprendizagem e cujos alunos, por essa razão, eram reconhecidos como “animais” no próprio ambiente escolar.
Esses alunos provinham de diferentes grupos de acordo com sua etnia, costume, cultura, ou seja, de diferentes classes sociais. Tais grupos eram muito coesos e faziam pactos de fidelidade e união, para se manterem sempre fortes e temidos.
A professora Gruwell, diferentemente dos outros componentes da instituição, percebeu a grande dificuldade que os alunos enfrentavam no dia a dia tanto de se relacionarem uns com os outros na sala de aula como também na vida pessoal, em suas casas. A partir disso, ela desenvolveu métodos pedagógicos atrativos para conquistar a atenção dos alunos para o ensino até obter bons resultados.
É um filme que trata de desafios e superação; da importância de o professor utilizar novas metodologias que despertem o interesse dos alunos para a melhoria do processo ensino-aprendizagem. E relata, sobretudo, a força de vontade de uma professora que, apesar das dificuldades com sua profissão e do desafio de lecionar a alunos considerados “delinquentes” pela sociedade, não desistiu de exercer seu ofício com dedicação e respeito aos seus alunos.


*Por Antonia Vanúzia Nunes da Silva Araújo, aluna da Licenciatura em Química do IFRN/Campus Pau dos Ferros e membro da equipe coordenadora do blog.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

AS FRASES MAIS SEM NOÇÃO DO MUNDO!*


Raimundo Nonato Filho**

            Os filósofos dos tempos mais remotos, antes de existirem meios de comunicação como a internet ou a TV, sempre procuravam uma forma de ficarem famosos, e uma das mais eficazes era falar frases pensadas, que não têm sentido algum, mas que o pessoal começa a repetir e vira “bordão popular”. Esses filósofos nunca caem no esquecimento. Às vezes não são só filósofos. Roubando a ideia daqueles sábios amantes da natureza, vieram os inventores, imperadores e centenas de outras pessoas que marcam um feito heroico ou uma conquista com uma frase: muitas das vezes, ela sai involuntariamente; e outras vezes, aquelas palavras foram estudadas, analisadas e decoradas – alguns até escrevem na mão ou em um pedaçinho de papel para não esquecer.
            Uma frase que ficou famosa no Brasil foi a de um cara cujo nome eu me recuso a falar para não promover sua imagem política e deixá-lo ainda mais famoso. Em um dia qualquer ele resolveu “falar besteira”, pegou seu cavalo, chamou um punhado de soldados, e saíram cavalgando às pressas. O nosso antigo imperador parou às margens do rio Ipiranga, ordenou que os soldados jogassem os laços fora e gritou: “Independência ou morte!”. Logo depois saíram, voltaram para suas casas...
E agora vem a pergunta que não quer calar: PRA QUÊ? O que leva uma pessoa a fazer isso? Não houve confronto nenhum entre Brasil e Portugal, apenas o nosso país foi comprado.
            Existe ainda outro tipo de frase: a frase filosófica. Nesta, o estudioso está em um momento de loucura e diz uma coisa sem sentido que um empregado ou um fã anota e sai dizendo. Pronto! Ninguém sabe o que é ou o que significa, mas todo mundo escreve.
            Uma frase assim foi dita por um escritor cujo nome não vou revelar; a frase foi a seguinte: “Ser ou não ser, eis a questão”.
Agora vem a perguntinha pertinente que não cala: PRA QUÊ? Eu não tenho a mínima dúvida de que o senhor que falou essa sequência de palavras e letras estava com sua saúde mental totalmente abalada; ou, se já existisse a internet, ele estaria criando uma senha para se cadastrar em um desses sites de relacionamento: S-E-R-O-U-N-...
            Existe também aquela frase de conquista; frase esta que todo mundo pensa: “Puxa, eu sempre quis dizer isso”. Este é o tipo de frase que precisa de um público grande, ela tem um certo sentido e seu criador passa dias estudando a melhor sequência de palavras para aquela hora.
Frase assim foi dita quando um homem norte-americano colocou o seu pezão na lua: “Esse é apenas um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”.
Ficamos pasmos para rever a revoltante pergunta que ecoa em nossas mentes neste momento: PRA QUÊ? O que leva um ser humano a dizer isto, a não ser a busca pela fama. Naquele ano isso virou “febre”, todo mundo falava: se uma pessoa fosse descer do carro, falava a frase; ao entrar no ambiente de trabalho também; ao comprar uma camisinha na farmácia, falava a tal frase; usando a camisinha... o pessoal também repetia, só que mais feliz (eu acho).
            O fato é que se fosse uma frase espontânea, como “Ai que susto, eu ia caindo”, talvez não ficasse tão famosa. Mas, se o americano tivesse caído, o you tube estaria cheio desse vídeo. Sem falar que se trocarem algumas letras isso poderia virar logotipo para comerciais de sandálias tipo salto alto para homens, veja: “Este é apenas UM PEQUENO SALTO PARA O HOMEM, mas...”


* Crônica produzida como colaboração para o blog.
** Aluno da Licenciatura em Química do IFRN – Campus Pau dos Ferros; dono do blog www.circulodf.blogspot.com, onde posta crônicas de humor e outros textos.


quarta-feira, 1 de setembro de 2010


ONDE ENCONTRAMOS AS LIGAÇÕES QUÍMICAS?*

Francisco Diassis de Freitas**
Francisco Fábio Monte**

Pense na seguinte situação: sua namorada todos os meses vai ao salão de beleza para clarear os pelos das pernas e dos braços para ficar mais atraente para você. Para que os pelos fiquem claros, ela utiliza um produto bastante conhecido por todos nós: a água oxigenada. Mas o que seria a água oxigenada? Como ela é formada?
A água oxigenada conhecida por todos nós é formada pela ligação entre dois átomos de oxigênio e dois átomos de hidrogênio; sua forma molecular é H2O2, muito semelhante à forma de outro composto bastante conhecido: a água, cuja forma molecular é H2O. A aplicação mais conhecida da água oxigenada é exatamente o clareamento de cabelos, mas “na indústria é usada para clareamento de tecidos em concentrações mais elevadas, pasta de papel e ainda como combustível para ajuste e correção nas trajetórias e órbitas de satélites artificiais no espaço. Na medicina é usada como desinfetante ou agente esterilizante” (Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre). Ela descolore os pelos porque, em contato com matéria orgânica, ocorre uma “quebra” nas ligações químicas da sua molécula (H2O2); os hidrogênios se unem e o oxigênio, que reage com facilidade, vai destruindo tudo que esta em seu caminho, inclusive a cor dos pelos, pois ele corta uma parte do DNA que se encontra no pelo, deixando-o claro.
Assim como o exemplo que citamos acima, existem muitas substâncias comuns a todos nós que estão presentes na nossa rotina. Essas substâncias se formam através das ligações químicas, que são processos em que os átomos que estão livres na natureza precisam ligar-se a outros átomos para alcançarem a estabilidade. O átomo que está instável só se estabiliza quando comporta na sua última camada oito elétrons ou dois (no caso do hidrogênio e do hélio). Nas ligações químicas, ocorrem trocas ou o compartilhamento de elétrons; isso ocorre na última camada, a camada de valência. Essa camada recebe tal denominação porque a valência de um átomo é medida pela sua capacidade de doar, receber ou compartilhar elétrons nessas combinações químicas, ou seja, quanto mais o elétron realiza trocas ou compartilha elétrons, mais eletrovalente ele é.
As ligações químicas podem ser covalentes ou iônicas. Nas ligações covalentes, ocorre um compartilhamento de elétrons, ambos os átomos cedem elétrons para se estabilizarem; nas ligações iônicas, ocorre o contrário, o átomo mais eletropositivo (que é aquele que tem maior facilidade em doar) doa elétrons para o mais eletronegativo (aquele que tem maior facilidade em receber).
Existem inúmeras substâncias que utilizamos no nosso dia a dia que são resultados de ligações químicas: na água, no sal, no ar que respiramos, até mesmo numa simples bolha de sabão há ligações muito complexas. Dessa maneira, se você passar a observar mais atentamente e tentar enxergar de maneira diferente situações comuns a todos e que geralmente passam despercebidas, verá o quanto a química e todos os assuntos relacionados a ela são interessantes, e o mais importante, como a química está aí para facilitar cada vez mais a nossa vida.

* Texto de divulgação científica produzido como requisito avaliativo da disciplina Língua Portuguesa.
** Aluno da Licenciatura em Química do IFRN – Campus Pau dos Ferros.


O MEU EU*

Rêrisson Kennedy**

Eu posso
Eu sou capaz
Tenho qualidades
Tenho virtudes
Mas também tenho
Defeitos e limitações
Não sou sábio
Também não sou irracional
Às vezes erro
Não ignore, isso é normal
Quem nunca errou
Procuro superar
Isso me inspira
Aprendo um pouco mais
É errando que se aprende
Não sou egoísta
Prefiro errar
A não tentar
Prefiro ouvir
Pra depois falar
Não sou pessimista
Meu ego é imenso
Sou teimoso, não desisto
Não tenho medo de fracassar
Vivo infinitamente
Os dias que me foram concebidos
Em busca de algo que desconheço
Pois tudo na vida tem seu preço
Eu estou disposto a pagar
Não posso prever meu futuro
Às vezes me recordo do passado
Mas sou consciente que posso mudar
Apenas o presente
Assim posso buscar melhorar
Sei que não vou agradar a todos
Mas não vou mudar meu jeito de ser
Nem meu modo de me expressar
Procuro ser transparente
E se às vezes sou inocente
É porque discretamente
Deixei algo a desejar
É preciso fazer elogios
Também é preciso criticar
Não gosto de ser oprimido
Também não quero ser tão popular
Na verdade
Eu sou quem posso ser
Se você quiser me conhecer
Basta apenas
Se autoavaliar


* Poema produzido como colaboração para o blog.
** Aluno da Licenciatura em Química do IFRN – Campus Pau dos Ferros

A ÉTICA DOS OUTROS E A NOSSA ÉTICA*


Jorge Leandro Aquino de Queiroz**

As constantes denúncias de corrupção que afetam a nossa sociedade, especialmente nas áreas da política e do direito, nos levam geralmente à reação imediata de questionar a eticidade dos indivíduos envolvidos.
Indignamo-nos, então, e, embora duvide da veracidade desta indignação, não vou aqui questioná-la. O que me interessa perguntar é: Por que nos ofendemos tanto com a falta de decoro dos políticos e magistrados e damos tão pouca atenção a atos que praticamos cotidianamente?
Poderíamos, então, nos justificar dizendo que essas pessoas deveriam servir de exemplo; mas aqui cabe a pergunta: Por que não podemos nortear nossa conduta com base em nós mesmos?
A atitude ética exige, afinal, um comportamento autônomo. Devemos observar e questionar, inicialmente, os nossos próprios atos e, a partir desta reflexão, agir na sociedade. Essa atividade reflexiva, entretanto, não é fácil de ser realizada.
Não questionamos nossas ações cotidianas, muitas vezes, por julgá-las desimportantes para a ética social. Não consideramos, na maioria das vezes, que desrespeitar a ordem das filas ou ignorar problemas que ocorrem ao nosso lado também são atos de corrupção (em escala menor, mas são). Isto ocorre, em grande parte, porque procuramos nos excluir dos problemas e manter-nos “íntegros” perante nós mesmos, escondendo nossas responsabilidades atrás de críticas e demonstrações de indignação.
Acredito, pois, que devemos questionar os problemas éticos da sociedade de uma forma mais ampla, incluindo-nos neles e não vendo tudo como um “auditor”; devemos, dessa forma, buscar nossas responsabilidades e possibilidades de ação.


* Artigo de opinião produzido como requisito avaliativo da disciplina Língua Portuguesa.
** Aluno da Licenciatura em Química do IFRN – Campus Pau dos Ferros.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

DEZ DICAS RÁPIDAS PARA FAZER UMA BOA REDAÇÃO

1) Na dissertação, não escreva períodos muito longos nem muitos curtos.


2) Na dissertação, não use expressões como “eu acho”, “eu penso” ou “quem sabe”, que mostram dúvidas em seus argumentos.


3) Uma redação “brilhante” mas que fuja totalmente ao tema proposto será anulada.


4) É importante que, em uma dissertação, sejam apresentados e discutidos fatos, dados e pontos de vista acerca da questão proposta.


5) A postura mais adequada para se dissertar é escrever impessoalmente, ou seja, deve-se evitar a utilização da primeira pessoa do singular.


6) Na narração, uma boa caracterização de personagens não pode levar em consideração apenas aspectos físicos. Elas têm de ser pensadas como representações de pessoas, e por isso sua caracterização é bem mais complexa, devendo levar em conta também aspectos psicológicos de tipos humanos.


7) O texto dissertativo é dirigido a um interlocutor genérico, universal; a carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para quem a argumentação deverá estar orientada.


8 ) O que se solicita dos alunos é muito mais uma reflexão sobre um determinado tema, apresentada sob forma escrita, do que uma simples redação vista como um episódio circunstancial de escrita.


9) A letra de forma deve ser evitada, pois dificulta a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Uma boa grafia e limpeza são fundamentais.


10) Na narração, há a necessidade de caracterizar e desenvolver os seguintes elementos: narrador, personagem, enredo, cenário e tempo.




Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/849/1/DEZ-DICAS-RAPIDAS-PARA-FAZER-UMA-BOA-REDACAO/Paacutegina1.html

sexta-feira, 2 de julho de 2010

RESUMO DO LIVRO “OS BRUTOS”, DE JOSÉ BEZERRA GOMES*

Jorge Leandro Aquino de Queiroz**


José Bezerra Gomes desenvolve o romance “Os Brutos” sob a ótica do protagonista, o garoto Sigismundo. O narrador-personagem inicia sua obra situando o leitor no cenário principal da história: a cidade de Currais Novos, no Rio Grande do Norte. Logo após, descreve a chegada de seu Tota à cidade, acompanhado do chofer Jesus, que se envolvia com muitas mulheres. Depois, introduz na história um novo personagem: o seu tio, Lívio, que vivia com a prostituta Rica. Após essa introdução, Sigismundo mostra a sua residência: a casa dos tios Maria e Abdias e do primo Aldair, que era criado com muita rigidez, diferentemente do personagem protagonista. A narrativa deixa clara, a todo tempo, a insatisfação dos tios em relação à estadia de Sigismundo em sua casa. Em determinado momento, o narrador traz Lívio novamente para a história. Desta vez, o personagem vem para se instalar na casa dos tios de Sigismundo e tratar-se de doenças. A partir daí, é mostrada a relação de amizade entre tio e sobrinho, que acaba quando o garoto se assusta com a doença do tio. Lívio se desentende com Maria e sai da casa. Algum tempo depois, assassina Rica, suspeitando que ela o traía. É preso e enlouquece. O personagem Jesus volta à narrativa. Desta vez, o chofer, abandonado por suas namoradas, foge com uma mulher no carro de seu patrão. Uma nova fase do romance é iniciada quando Sigismundo é levado para o Alívio, sítio de seus pais e onde, por influência do trabalhador Cícero Cacheado, tem sua primeira experiência sexual. Algum tempo se passa, e Sigismundo encaminha o final de sua história mostrando a decadência da sua família, que com a seca é obrigada a vender todas as suas propriedades. O enredo finaliza relatando a retirada da família para Natal e, posteriormente, para São Paulo.

 
* Resumo produzido como requisito avaliativo da disciplina Língua Portuguesa. A proposta de produção reuisitava elaboração de resumo referente à obra literária Os brutos, do autor potiguar José Bezerra Gomes.

**Aluno do 1° período da Licenciatura em Química do IFRN – Campus Pau dos Ferros.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

RESENHA: “OS BRUTOS”, JOSÉ BEZERRA GOMES

GOMES, J. B. Os brutos. 3 ed. Natal, RN: Sebo Vermelho, 2007. (clássicos potiguares)



O Rio Grande do Norte teve um grande privilégio em ter em seus acervos literários e culturais obras de um grande escritor, José Bezerra Gomes. Esse norte-rio-grandense nascido numa pequena cidade do seridó, chamada de Currais-Novos, publicou obras belíssimas dentre as quais se destaca Os Brutos (romance literário regionalista da década de 30). Os Brutos foi a primeira publicação de José Bezerra Gomes, no ano de 1938. (Cf. GURGEL, 2000 )

Por se tratar de uma obra regionalista e o autor se engajar na tendência literária de sua época, Os Brutos retrata a vida dura das pessoas que viviam no sertão potiguar assolado por secas durante boa parte do ano, e por vezes estendendo-se ao ano seguinte. Embora a maior parte do enredo ocorra na cidadezinha de Currais-Novos, os problemas retratados por Bezerra Gomes são problemas constantes a todas as regiões da década de 30: pobreza, desigualdade social, ainda se via algumas famílias com ares feudais da aristocracia. Os grandes fazendeiros eram quem concentravam a maior parte do dinheiro que circulava por ali. Em contrapartida se tinha famílias trabalhando em terras alugadas, simplesmente por comida e moradia. Num cenário mais regionalista o Rio Grande do Norte vivia o ciclo do algodão, onde muitos fazendeiros conseguiram enriquecer-se plantando e vendendo algodão em grandes quantidades para a capital, Natal, e os pequenos agricultores viam uma ótima oportunidade de tentar fazer pequenas fortunas.
 
Seu Tota era o maior fazendeiro da cidade. Comprava algodão na folha a um preço baixo e vendia todo para Natal. Esse negócio lhe rendeu tanto dinheiro que já não sabia mais as dimensões das terras que tinha. Era o único da cidade que tinha um carro e um chofer particular para fazer suas viagens a Natal. O chover de seu Tota era Jesus, um homem elegante que só andava bem vestido. Não trocava nem um pneu do carro. Era o chofer e não lhe competia fazer outros serviços a não ser dirigir. Era sem dúvida um homem elegante e tinha muitas namoradas não só na capital, mas em Currais-Novos também.
 
José Bezerra Gomes retrata em Os Brutos não só o cotidiano de um personagem, mas um conjunto de situações que são características de pessoas que moram numa cidade pequena do interior. Então o livro traz muitas expressões regionais típicas dos interioranos reproduzidas por Gomes. Como por exemplo: escuro de tudo, o açude do governo tinha sangrado (p.13). O autor também faz uso de estereótipos, ou seja, ele caracteriza cada personagem de acordo com a vivência do mesmo naquela sociedade. Como exemplo de estereótipos o leitor pode ter a personagem Rica, caracterizada pelo autor como uma mulher da vida, que andava muito bem vestida e tinha grande prestígio entre as outras mulheres da vida. Ela tinha até uma vida de mulher casada.
 
Outro ponto que Bezerra Gomes ressalta no desenrolar do enredo, bem típico entre os homens daquela época, é o poder que o homem tinha quando saía com muitas mulheres. Não importavam se pegariam doenças ou não, e se pegassem seria motivo de orgulho. Exibiriam suas mazelas com todo prazer do mundo num tom superior de que era homem e os homens fazem isso.
 
Na história, tio Lívio, como era conhecido o tio do personagem principal, Sigismundo, tinha vindo se tratar das doenças que tinha pegado por sair com mulheres da vida. O miserável agora padecia o mesmo que seu sobrinho, estava como hóspede na casa de seu irmão, mas na companhia de uma cunhada insuportável. Como não bastasse tanto sofrimento, tio Lívio mata Rita com uma facada por saber que a puta estava lhe traindo com o chofer de seu Tota. Acaba preso e na prisão perde sua sanidade mental e morre ali mesmo.
 
A obra é dividida em 25 capítulos e embora tenha quebra de sequenciação entre um capítulo e outro, é possível se ter um encadeamento lógico de idéias a partir da compreensão e interpretação do leitor. No final do livro o autor não dá por acabado o enredo, pois famílias vão tentar a vida na região sul. Ouvia-se muito falar que lá estava dando bastante dinheiro trabalhar nas lavouras de café e cana-de-açúcar. Então se faz necessário, propositalmente, que o leitor abra um horizonte para o desfecho do enredo. Como seria a vida dessas famílias numa região diferente da sua? Teriam lá a oportunidade de mudar de vida?...Nem sempre é assim.
 
José Bezerra Gomes teria tudo para ser um autor bem conceituado na literatura brasileira. Suas obras chegam bem próximas das obras de Machado de Assis, sobreturo na questão do realismo e do apreço pela descrição de tipos e situações. E como os leitores podem perceber, ao ler Os Brutos, Gomes, assim como Machado de Assis, não os poupa da crueza na linguagem. Mas o nosso currais-novense morreu bem cedo, aos quarenta anos de idade. Sem dúvida o Rio Grande do Norte perdeu um grande nome promissor na carreira literária brasileira.
 
Argeu Cavalcante Fernandes

SUPOSTO EXTRATERRESTRE É ENCONTRADO NO SAARA POR AVIADOR*

Luis Fernandes do Rêgo Neto**


Sobre a areia, a milhas e milhas de qualquer terra habitada, um aviador que pousara de emergência no deserto do Saara é testemunha da visita de um ser não-terráqueo, que de acordo com seus cálculos terá vindo do Asteróide B612. Ainda não estando em seu estado de vida evoluído, a criança não aparentava estar perdida, nem morta de fadiga, nem morta de fome, de sede ou medo. (Ver imagem 1). Receoso, no começo o aviador não forçara arrancar informações de má vontade do “Pequeno Príncipe” (como está sendo chamado por vários conhecedores e zombadores do fato). Aos poucos, o conceituado aventureiro dos céus (refere-se ao aviador, não ao Pequeno Príncipe) conseguiu escutar uma história fascinante de uma criança ingênua buscando aprender os significados da vida e amizade. Em poucas palavras, antes de tudo o aventureiro dos céus (O Pequeno Príncipe) só tivera uma única amiga, uma flor. Segundo seus relatos, ele encontrara outros seis curiosos extraterrestres em cada planeta que houvera conhecido. O primeiro deles um rei folgado que ordena um planeta sem cidadãos ou exército. No segundo planeta, estava a habitar um único homem, um vaidoso, aquele que se considera o mais belo, o mais rico e o mais inteligente do seu planeta (que por sua vez, só ele habita). O bêbado, morador do terceiro planeta ao qual o Pequeno Príncipe viajara, deixou-o muito intrigado quanto a sua atividade de envergonhar-se da atividade que ajuda a esquecer sua vergonha. Mais tarde, a cobiça do morador do quarto planeta fazia com que se tivesse as estrelas como se tens bens financeiros. Eis o quinto planeta, o menor de todos, O Pequeno Príncipe poderia ter passado mais de um mês na curiosa presença de um acendedor de lampiões. Um estudioso geógrafo morava no sexto planeta, ele fora o responsável por guiar o pequeno extraterrestre para o Planeta Terra.

No sétimo planeta, mais precisamente no deserto do Saara, o extraterrestre que atualmente intriga e questiona estudiosos de todo o mundo veio a conhecer - segundo relato do aviador - um manobreiro, um vendedor, uma raposa, o próprio aviador, e para desgraça de todos que queriam conhecer do visitante do espaço sideral, também uma serpente. A mesma personagem que nos primórdios da criação do homem no terceiro planeta do sistema solar e o sétimo que o Pequeno Príncipe conhecera, a serpente houvera de ter sido a cruel responsável pelo desaparecimento do extraterrestre, tendo-o prometido levá-lo de volta ao Asteróide B612 com um veneno contido em sua picada. Para gente grande, a localização do Pequeno Príncipe continua oculta, ou até mesmo a sua aparição está sujeita a dúvidas. Porém, nesta edição, o aviador que gentilmente disponibilizou sua aventura em público e ainda cultiva esperanças de encontrá-lo, pede que cordialmente aos leitores desta reportagem que escrevam para ele, dando informações de como encontrá-lo novamente (Ver imagem 2).

* Reportagem produzida como requisito avaliativo da disciplina Língua Portuguesa I. A proposta de produção solicitava a elaboração de um texto (reportagem, poema, história em quadrinhos ou biografia), para recontar o enredo do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry.
** Aluno do 1º ano do Ensino Médio do Curso Técnico Integrado em Informática (turma 1) do IFRN - Campus Pau dos Ferros.

BIOGRAFIA: O PEQUENO PRÍNCIPE*

Karoline Duarte Rego**


O Pequeno Príncipe, nascido em uma minúscula estrela em muitas vezes inferior à Terra, apontada como sendo possivelmente o Asteróide B 612, viveu alguns poucos anos ao lado de três vulcões, um sendo extinto.

Conheceu com sua pouca idade um dos maiores ardis já enfrentados: a vaidade de uma rosa; e demonstrou cuidado e atenção pela mesma, além de uma profunda apreciação pelo pôr-do-sol, uma das suas maiores fontes de alegria.

Alguns dias, meses ou talvez anos depois de ter conhecido a rosa, revolvido seus vulcões e cuidado dos futuros baobás, fugiu com pássaros selvagens em busca de evitar as queixas provindas da ardilosa flor e à procura do real sentido da vida. Deparou-se, porém, com mais questões.

Enquanto viajou pelos asteróides 325, 326, 327, 328, 329, 330, viu-se na presença do Rei, com um ar tão superior sentado em seu trono de arminho; do Vaidoso, tão cheio de si mesmo; do Bêbado, melancólico e envolvido em uma situação na qual a vergonha estava acima da integridade; do Homem de negócios, que vivia exclusivamente para perpetuar um progresso infundado; do Geógrafo e do Acendedor de lampiões, este, aos olhos do Pequeno Príncipe, o único que não pareceu ridículo.

"Quando acende o lampião, é como se fizesse nascer mais uma estrela, mais uma flor. Quando o apaga, porém, é estrela ou flor que adormecem. É uma ocupação bonita. E é útil, porque é bonita."

Por fim, chegou à Terra, onde descobriu tudo o que mais importa a um príncipe: o valor do seu Reino. Conheceu uma serpente, a solidão e a mais ilustre amiga: uma raposa, que lhe ensinou o verdadeiro significado do amor e do verbo cativar.

Repassando tudo o que viveu no período em que esteve vagueando pelo Universo, construiu mais um laço de amizade, dessa vez com um aviador que há muito tinha deixado de ser criança e de pensar com uma, mas que tornou a acreditar no essencial, que é invisível aos olhos - um segredo inicialmente da Raposa e logo após do Pequeno Príncipe.

Após um ano da sua chegada na Terra, onde a areia abraçava-se com o céu pontilhado, acompanhado do seu mais novo carneiro, desenhado pelo aviador, pediu à astuciosa serpente a oportunidade de voltar ao seu lar, onde encontraria o verdadeiro tesouro da sua existência - a rosa.

Depois de ensinar grandes temas com simples palavras retirou-se ao seu minúsculo pontinho brilhante no céu. Seu corpo tombou na arei do Deserto do Saara e sua história ainda está sendo repassada ao longo de muitos anos pelo grande aviador. A sua morte se deu na noite em que os desertos tornaram-se belos e as estrelas passaram a sorrir.

"O que torna belo o deserto, disse o principezinho, é que ele esconde um poço nalgum lugar."



* Biografia produzida como requisito avaliativo da disciplina Língua Portuguesa I. A proposta de produção solicitava a elaboração de um texto (reportagem, poema, história em quadrinhos ou biografia), para recontar o enredo do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry.

** Aluna do 1° ano do Ensino Médio do Curso Técnico Integrado em Informática (turma 2) do IFRN – Campus Pau dos Ferros.


sexta-feira, 4 de junho de 2010

Nesse clima de copa do mundo, prepare-se para ouvir tantas outras...


'Chegarei de surpresa dia 15, às duas da tarde, vôo 619 da VARIG.'




(Mengálvio, ex-meia do Santos, em telegrama à família quando em excursão à Europa)



'Tanto na minha vida futebolística quanto com a minha vida ser humana.'

(Nunes, ex-atacante do Flamengo, em uma entrevista antes do jogo de despedida do Zico)



'Que interessante, aqui no Japão só tem carro importado.'

(Jardel, ex-atacante do Grêmio)



'As pessoas querem que o Brasil vença e ganhe.'

(Dunga, em entrevista ao programa Terceiro Tempo)



'Eu, o Paulo Nunes e o Dinho vamos fazer uma dupla sertaneja..'

(Jardel, ex-atacante do Grêmio)



'O novo apelido do Aloísio é CB, Sangue Bom.'

(Souza, meio-campo do São Paulo, em uma entrevista ao Jogo Duro)



'A partir de agora o meu coração só tem uma cor: vermelho e preto.'

(Jogador Fabão, assim que chegou no Flamengo)



'Eu peguei a bola no meio de campo e fui fondo, fui fondo, fui fondo e chutei pro gol.'

(Jardel, ex- jogador do Vasco e Grêmio, ao relatar ao repórter o gol que tinha feito)



'A bola ia indo, indo, indo... e iu!'

(Nunes, jogador do Flamengo da década de 80)



'Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu.'

(Claudiomiro, ex-meia do Inter de Porto Alegre, ao chegar em Belém do Pará para disputar uma partida contra o Paysandu, pelo Brasileirão de 72)



'Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola.'

(Bradock, amigo de Romário, reclamando de um passe longo)



'No México que é bom. Lá a gente recebe semanalmente de 15 em 15 dias.'

(Ferreira, ex-ponta esquerda do Santos)



'Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe.'

(Jardel, ex-atacante do Vasco, Grêmio e da Seleção)



'O meu clube estava a beira do precipício, mas tomou a decisão correta, deu um passo a frente.'

(João Pinto, jogador do Benfica de Portugal)



'Na Bahia é todo mundo muito simpático. É um povo muito hospitalar.'

(Zanata, baiano, ex-lateral do Fluminense, ao comentar sobre a hospitalidade do povo baiano)



'Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático.'

(Vicente Matheus, eterno presidente do Corinthians)



'O difícil, como vocês sabem, não é fácil.'

(Vicente Matheus)



'Haja o que hajar, o Corinthians vai ser campeão.'

(Vicente Matheus)



'O Sócrates é invendável, inegociável e imprestável.'

(Vicente Matheus, ao recusar a oferta dos franceses)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

MENSAGEM DE BOAS-VINDAS!

Olá!

Este é o blog da disciplina Língua Portuguesa do IFRN – Campus Pau dos Ferros. Estamos implementando esta experiência como forma de aprimorar nosso trabalho com a disciplina no Campus e proporcionar uma interação mais duradoura com nossos alunos e com os internautas que se interessam por assuntos relacionados a nossa língua.
O blog pretende divulgar o que melhor se produz pelos alunos de nossa instituição nas aulas de Língua Portuguesa. Nesse sentido, postaremos textos de gêneros variados, que poderão ser apreciados e comentados pelos visitantes do blog. Além disso, visa a constituir um espaço de interatividade, fomentada a partir de debates de temas relacionados à área de linguagem; dos comentários e de dúvidas sobre os conteúdos de Língua Portuguesas ministrados nas aulas; de críticas e sugestões deixadas pelos nossos visitantes; da participação em enquetes; da divulgação de eventos...
A nossa equipe responsável pelo blog é formada pelos professores de Língua Portuguesa do IFRN – Campus Pau dos Ferros e também por dois alunos (Aristenes e Jéssica Tuanne) que atuam como monitores da disciplina.
Contamos com sua participação e esperamos que o blog consiga atingir os objetivos almejados.

Um abraço a todos!

Atenciosamente,
Professores e Monitores de Língua Portuguesa.