quarta-feira, 1 de setembro de 2010


ONDE ENCONTRAMOS AS LIGAÇÕES QUÍMICAS?*

Francisco Diassis de Freitas**
Francisco Fábio Monte**

Pense na seguinte situação: sua namorada todos os meses vai ao salão de beleza para clarear os pelos das pernas e dos braços para ficar mais atraente para você. Para que os pelos fiquem claros, ela utiliza um produto bastante conhecido por todos nós: a água oxigenada. Mas o que seria a água oxigenada? Como ela é formada?
A água oxigenada conhecida por todos nós é formada pela ligação entre dois átomos de oxigênio e dois átomos de hidrogênio; sua forma molecular é H2O2, muito semelhante à forma de outro composto bastante conhecido: a água, cuja forma molecular é H2O. A aplicação mais conhecida da água oxigenada é exatamente o clareamento de cabelos, mas “na indústria é usada para clareamento de tecidos em concentrações mais elevadas, pasta de papel e ainda como combustível para ajuste e correção nas trajetórias e órbitas de satélites artificiais no espaço. Na medicina é usada como desinfetante ou agente esterilizante” (Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre). Ela descolore os pelos porque, em contato com matéria orgânica, ocorre uma “quebra” nas ligações químicas da sua molécula (H2O2); os hidrogênios se unem e o oxigênio, que reage com facilidade, vai destruindo tudo que esta em seu caminho, inclusive a cor dos pelos, pois ele corta uma parte do DNA que se encontra no pelo, deixando-o claro.
Assim como o exemplo que citamos acima, existem muitas substâncias comuns a todos nós que estão presentes na nossa rotina. Essas substâncias se formam através das ligações químicas, que são processos em que os átomos que estão livres na natureza precisam ligar-se a outros átomos para alcançarem a estabilidade. O átomo que está instável só se estabiliza quando comporta na sua última camada oito elétrons ou dois (no caso do hidrogênio e do hélio). Nas ligações químicas, ocorrem trocas ou o compartilhamento de elétrons; isso ocorre na última camada, a camada de valência. Essa camada recebe tal denominação porque a valência de um átomo é medida pela sua capacidade de doar, receber ou compartilhar elétrons nessas combinações químicas, ou seja, quanto mais o elétron realiza trocas ou compartilha elétrons, mais eletrovalente ele é.
As ligações químicas podem ser covalentes ou iônicas. Nas ligações covalentes, ocorre um compartilhamento de elétrons, ambos os átomos cedem elétrons para se estabilizarem; nas ligações iônicas, ocorre o contrário, o átomo mais eletropositivo (que é aquele que tem maior facilidade em doar) doa elétrons para o mais eletronegativo (aquele que tem maior facilidade em receber).
Existem inúmeras substâncias que utilizamos no nosso dia a dia que são resultados de ligações químicas: na água, no sal, no ar que respiramos, até mesmo numa simples bolha de sabão há ligações muito complexas. Dessa maneira, se você passar a observar mais atentamente e tentar enxergar de maneira diferente situações comuns a todos e que geralmente passam despercebidas, verá o quanto a química e todos os assuntos relacionados a ela são interessantes, e o mais importante, como a química está aí para facilitar cada vez mais a nossa vida.

* Texto de divulgação científica produzido como requisito avaliativo da disciplina Língua Portuguesa.
** Aluno da Licenciatura em Química do IFRN – Campus Pau dos Ferros.


O MEU EU*

Rêrisson Kennedy**

Eu posso
Eu sou capaz
Tenho qualidades
Tenho virtudes
Mas também tenho
Defeitos e limitações
Não sou sábio
Também não sou irracional
Às vezes erro
Não ignore, isso é normal
Quem nunca errou
Procuro superar
Isso me inspira
Aprendo um pouco mais
É errando que se aprende
Não sou egoísta
Prefiro errar
A não tentar
Prefiro ouvir
Pra depois falar
Não sou pessimista
Meu ego é imenso
Sou teimoso, não desisto
Não tenho medo de fracassar
Vivo infinitamente
Os dias que me foram concebidos
Em busca de algo que desconheço
Pois tudo na vida tem seu preço
Eu estou disposto a pagar
Não posso prever meu futuro
Às vezes me recordo do passado
Mas sou consciente que posso mudar
Apenas o presente
Assim posso buscar melhorar
Sei que não vou agradar a todos
Mas não vou mudar meu jeito de ser
Nem meu modo de me expressar
Procuro ser transparente
E se às vezes sou inocente
É porque discretamente
Deixei algo a desejar
É preciso fazer elogios
Também é preciso criticar
Não gosto de ser oprimido
Também não quero ser tão popular
Na verdade
Eu sou quem posso ser
Se você quiser me conhecer
Basta apenas
Se autoavaliar


* Poema produzido como colaboração para o blog.
** Aluno da Licenciatura em Química do IFRN – Campus Pau dos Ferros

A ÉTICA DOS OUTROS E A NOSSA ÉTICA*


Jorge Leandro Aquino de Queiroz**

As constantes denúncias de corrupção que afetam a nossa sociedade, especialmente nas áreas da política e do direito, nos levam geralmente à reação imediata de questionar a eticidade dos indivíduos envolvidos.
Indignamo-nos, então, e, embora duvide da veracidade desta indignação, não vou aqui questioná-la. O que me interessa perguntar é: Por que nos ofendemos tanto com a falta de decoro dos políticos e magistrados e damos tão pouca atenção a atos que praticamos cotidianamente?
Poderíamos, então, nos justificar dizendo que essas pessoas deveriam servir de exemplo; mas aqui cabe a pergunta: Por que não podemos nortear nossa conduta com base em nós mesmos?
A atitude ética exige, afinal, um comportamento autônomo. Devemos observar e questionar, inicialmente, os nossos próprios atos e, a partir desta reflexão, agir na sociedade. Essa atividade reflexiva, entretanto, não é fácil de ser realizada.
Não questionamos nossas ações cotidianas, muitas vezes, por julgá-las desimportantes para a ética social. Não consideramos, na maioria das vezes, que desrespeitar a ordem das filas ou ignorar problemas que ocorrem ao nosso lado também são atos de corrupção (em escala menor, mas são). Isto ocorre, em grande parte, porque procuramos nos excluir dos problemas e manter-nos “íntegros” perante nós mesmos, escondendo nossas responsabilidades atrás de críticas e demonstrações de indignação.
Acredito, pois, que devemos questionar os problemas éticos da sociedade de uma forma mais ampla, incluindo-nos neles e não vendo tudo como um “auditor”; devemos, dessa forma, buscar nossas responsabilidades e possibilidades de ação.


* Artigo de opinião produzido como requisito avaliativo da disciplina Língua Portuguesa.
** Aluno da Licenciatura em Química do IFRN – Campus Pau dos Ferros.